Minha droga, meu vício, meu remédio

Sozinha mesmo na multidão.
Sozinha de idéias,
mmmm de sonhos,
mmmm de objetivos,
mmmm de falta de gente.
Quando o turbilhão de pensamentos
começam a gerar tempestades em minha mente.
Corro pra vocês,
Minha droga, meu vício, meu remédio.
Desde a adolescência aprendi a me defender
das grandes tempestades mentais recorrendo a vocês,
Amigos ausentes, ídolos distantes;
imagens no papel e no vídeo;
sons; vozes; melodias;
palavras que se encaixam como luvas e
mergulham meus olhos em lágrimas de
saudade, tristeza, alegria, esperança,...
Me ajudam a fugir da realidade e
me jogam nela sem piedade.
Quantas vezes nessa vida me escondi entre vocês
pra suportar a total falta de ter
com quem partilhar, dividir, usufruir, vivenciar,...
Qual é o método que nossos corações usa
pra escolher de quem gostar?
Seria uma reação química ou cósmica?
Não sei, mas deve ter alguma explicação para essa escolha,
alguma lembrança de um passado muito longínquo talvez.

Dora Canaver- February/2001



My drug, my addition, my medicine

Alone even in a crowd.
Alone of ideas,
mmmm of dreams,
mmmm of goals,
mmmm of absence of people.
When the whirlwind of thoughts begin
to produce storms in my mind.
I run to you,
My drug, my addition, my medicine
Since the adolescence I´ve learnt to
defend myself of the big mental storms
resorting to you,
Absent friends, distant idols,
images on the paper and the video;
sounds; voices; melodies;
words that fit like a glove and
dive my eyes in tears of
nostalgia, sadness, gladness, hopes,
Help me to run away from the reality
and throw in it without compassion.
How many times in this life I´ve hidden
among all of you to endure the total absence to have
who to share, enjoy, live with.
Which is the method that our hearts use
to choose whose to like?
Would it be a chemistry or a cosmic reaction?
I don´t know, but it must have some
explanation about this choice,
some memories from a farway past, perhaps.

Dora Canaver- February/2001